Computadores nas escolas públicas

 
Laptop XO
                                                    
Independentemente da escolha do governo federal, levar computadores a alunos de escolas públicas é uma tarefa meritória, mas extremamente complexa num país com as dimensões do Brasil. É preciso garantir que as escolas tenham tomadas para carregar as baterias dos laptops e que haja conexão com a internet para explorar o real potencial das máquinas. Essa não é a realidade de muitos colégios espalhados pelas periferias e áreas rurais do país. Ter uma proposta pedagógica sólida para que as máquinas de fato aprimorem as aulas é outro desafio. "Em muitos aspectos, a tecnologia é a parte mais fácil", diz Cavallo, do MIT. Para a professora Roseli de Deus Lopes, do LSI, os resultados serão heterogêneos entre as escolas que participarem do programa. "Sabemos que não vamos conseguir atingir o objetivo em todas. Mas, se atingirmos em uma parte, já terá valido a pena".

Outro risco nada desprezível é o uso político da iniciativa. Afinal, esse é um daqueles projetos que já nascem com a foto pronta - o prefeito ou o governador entregando as máquinas para as criancinhas pobres. A princípio, as secretarias de Educação devem cadastrar as escolas interessadas, que precisarão atender a certos pré-requisitos para então receber os equipamentos. Mas haverá laptops para todos? Se esses pontos não forem equacionados, o projeto pode se tornar apenas uma peça de propaganda política e um tremendo desperdício de dinheiro público - além de um vexame para o país, já que o mundo todo estará olhando.

O lado alentador é que os pesquisadores envolvidos são apaixonados pelo projeto. Gente como Roseli Lopes, do LSI, ou a professora Léa da Cruz Fagundes, da Universidade Federal do Rio Grande do Sul, pode falar horas sobre o assunto com um brilho nos olhos que não deixa espaço para dúvidas sobre seu envolvimento. É compreensível que o governo tenha uma postura cuidadosa antes de gastar dinheiro público. Mesmo assim, se realmente apóia a idéia como faz parecer, não há mais justificativas para continuar protelando indefinidamente o projeto. Se 30 dias era muito tempo, o que dizer de dois anos?

Fonte: http://educarparacrescer.abril.com.br/politica-publica/materias_295459.shtml?page=page4

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